quinta-feira, 23 de março de 2006

Recital de violão

Como é do conhecimento de alguns, a Siagri está promovendo um Recital de Violão Clássico no auditório do SENAC neste sábado, às 20:00. A entrada é franca. Serão abordados compositores estrangeiros e nacionais como Bach, Tárrega, João Pernambuco, dentre outros.

Convido a todos para prestigiarem o evento com sua presença. Os "recitantes" serão funcionários da Siagri. Wisley e eu no violão e Cristiane como contralto.

Veja um fragmento de apresentação do programa:

"E sempre notável a aparição de música clássica nas mais variadas situações. Aquela reportagem de arte, arquitetura ou culinária sempre tem fundo clássico. E o uso na educação? Alunos de renomados colégios aumentam sua capacidade de concentração e aprendizado estudando ao som de gênios.

De fato, desde os mais remotos tempos, música clássica é uma forma de expressão da inteligência humana. Ao violão, instrumento romântico, dos mais variados sons, soa com extremo dinamismo e beleza.

Mas de onde surgiu? Como se instalou em tal instrumento musical? O que cada compositor pretende mostrar com determinado andamento e combinação de tons? O que o nosso povo conseguiu e consegue produzir a este respeito?

Pretendemos apresentar a você nosso convidado, talvez não acostumado a este tipo de evento, um outro leque de música. A música dita por erudita, clássica, que é transmitida através de notação musical ao som do instrumento mais tocado no mundo."


Conto com sua presença!

segunda-feira, 13 de março de 2006

A viagem viva e os fantasmas

É do senso comum que viagem é algo abstrato, sem vida. Pois bem, a minha nâo foi. Estava viva e tinha vontade própria! Acredita?

Manhã de Terça-feira, tudo planejado e agendado. Passagens, hotel, sistema pra homologar. Iria ser tudo feito de terça à sexta, inclusive o retorno. Iria!

A viagem de ida a São Paulo foi um sucesso, exceto por um desvio de mau tempo. Porém quando chegamos no hotel a primeira decepção não tardou em se precipitar. Se algum dia você for se hospedar na rede Ibis, desita! São hotéis padrão norte-americano. Nem suas malas são levadas para o quarto! O frigobar nâo tem nada. Se quiser, você mesmo compra e leva pra lá. Passar roupa? Leve! É tem mais, somente das sete às dez da manhã! Resumindo, tudo o que quiser, faça você mesmo! A internet também não funcionou no primeiro dia.

Na manhã seguinte (Quarta) seguimos pra homologação das bandeiras Visa e Amex. Nenhum problema no software além de um pequeno bloqueio de teclado. Foi tudo tranquilo e no fim de uma bateria de mais de sessenta teste conseguimos terminar o roteiro. Fiquei até animado pois o homologador era bastante gente boa e pouco "cri-cri".

A noite fomos (o chefe e eu) à melhor casa de massas da cidade (de acordo com a revista veja) por nome Esperanza. Foi impecável, desde o atendimento até a comida. Acredite, não é nem parecido com a pizza que se costuma comer por aqui. São receitas tradicionalíssimas vindas da Itália. O lugar é um casarão do início do século passado não muito grande.

O que mais chamou a atenção é que eles não primam pelo tamanho. Poderiam fazer a maior pizzaria da cidade já que possuem o título de melhor, mas primam pela qualidade. Tem funcionado assim a mais de cinquenta anos. Talvez seja este o segredo.

Estava tudo bem demais, até que pela manhã (Quinta) apareceu o primeiro fantasma da viagem! Era baixo, cabelos arrupiados, enjoado, cri-cri, aparentemente carioca e inexperiente! Me fez mudar quase todo o software. Sem dúvida um dos piores dias de minha pequena vida. Enquanto não começei a "dar o bolo" nele o processo não foi pra frente. Pelo menos, no fim da tarde terminamos o Redecard.

Os planos já tinham furado neste momento. Final do segundo dia e ainda faltava a última bandeira (Tecban). Não daria tempo se a sorte não tivesse do nosso lado. Conseguimos prorrogar a homologação para o dia seguinte e isso implicou em remarcar as passagens de volta para o sábado. Este foi o primeiro sintoma de vida da viagem.

Por um lado foi bom. Consegui ir pela primeira vez a um teatro. Mas não qualquer teatro, foi no Teatro Abril. Quando chegamos lá o segundo fantasma apareceu!

O Fantasma da Ópera! Uma das melhores coisas que já apareceram para mim! Que espetáculo! Emocionante, vibrante, de cortar o fôlego. O único detalhe foi o preço (R$ 180), mas para plateia VIP, na terceira fila, bem embaixo do lustre (peça que flutuou durante o espetáculo). Apesar do preço valeu a pena. Acredito que de longe não teria a mesma emoção de ver a expressão na face dos atores, a garganta dos tenores, o cenário se modificando impressionantemente rápido à nossa frente, os dezoito músicos logo abaixo do palco, etc.

Não dá pra explicar com palavras. Não poderia ser mais perfeito. Pra quem assistiu "Amadeus" - a apresentação das óperas - pode ter uma idéia. Mas não é o mesmo que estar ao vivo, nem de longe. Pra quem canta em coral então, nem se fala. A dinâmica das vozes é perfeita. Aquelas sopraninas chegando até as "grimpas", longe do alcançe de nós, pobres mortais. Junto com os tenores conseguiam fazer o som parecer que estava sendo emitido atrás de uma parede, ecoando num rio, e por aí vai. Gente com talento nato, diria. Resumindo, assista quando puder. A peça está em cartaz a mais de cinco anos em Londres e sendo exibida em apenas cinco cidades do mundo. Se não gostar me cobre que pago sua entrada. Até demorei dormir quando cheguei no hotel, estava "ligadão"!

Manhã de sexta, homologação da bandeira Tecban. O primeiro fantasma foi embora, mandaram outra pessoa em seu lugar. Era uma moça muito experiente que até me falou qual era o problema do dia anterior. Depois que ajustei foi extremamente rápido. Os teste restantes foram feitos e antes do fim da tarde estava tudo concluído. Terminamos até que enfim e ainda sobrara uma noite!

Imagine só o que estava rolando? A Bienal do livro! Se fui? Mas é claro! Pegamos o metrô e após algumas estações uma vam (gratuíta) que levava pro Anhembi, onde acontecia a feira.

A entrada em comparação ao teatro foi bem mais barata (R$ 10) e o preço foi convertido em descontos na compra de livros. Um real de desconto para cada dez em livros. A loja Americanas estava massacrando todo mundo. Quase tudo com preço mais baixo. Não deixei de comprar um: O badalado "Freakonomics". A predominância é de livros literários. Informática é tema pouco abordado, só os principais mesmo na loja da Pearson, Siciliano e da livraria Érica. Pra ter idéia, não encontrei um livro sobre DB2 que precisava. Andamos até cansar. A feira é enorme!

Hoje, sábado, levantei de manhã, tomei café e desci pra Santa Efigênia. As lojas abrem tarde, enrolei pra comprar, mas de tanto pexinchar consegui um bom preço.

Quando terminei de comprar é que a correria começou. Corre até achar a entrada do metrô. Sobe umas dez estações até chegar perto de Congonhas, pega um táxi e... dez minutos de atrazo! Perdi o vôo! Este foi o segundo sintoma de vida da viagem. Meu companheiro se foi e agora estou aqui, esperando chegar dezesseis horas para embarcar. Sorte que achei vaga no mesmo dia, porém tive que esperar sentado por cinco looongas horas.

Aconteceu algo interessante durante este tempo. Uma moça me parou dentro da livraria (onde comprei a caneta que escreve neste momento no manual de uma placa mãe de computador aproveitando o espaço em branco) e sem perguntar nada disse: "Você precisa tomar vitamina E para que não apareça mais terçol no olho!". Fiquei sem saber o que dizer. Nem o médico que fui disse isso e alí estava alguém que nem me conhece querendo ajudar. Agradeci bastante ela, prometendo cumprir a dica.

Tudo aqui onde ficamos é caro. Cada lanche não fica menos de oito reais. Cada táxi não menos que quinze e por aí vai. Mas em síntese foi uma ótima viagem, apesar dos imprevistos. Consegui aproveitar bastante.

Bom, agora vou indo embarcar, porque senão perco o vôo novamente! Se você leu até aqui é um grande sinal de persistencia, então veja aqui as mais de cento e trinta fotos que tirei de toda a viagem!